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Mostrando postagens de março, 2019

Funky: o que é?

Acima de tudo é uma propriedade amada por uns e odiada por outros. Mas o que é, efetivamente, o funky? O funky é uma mistura de aromas e cheiros gerados por algumas espécies de Brettanomyces. Dentre eles, elencam cela de cavalo, curral, plástico/borracha queimada, bode, estábulo e queijos azuis (que alguns chamam também de chulé, vai entender). Esses aromas são gerados num primeiro momento devido ao metabolismo das Brettanomyces, que ao contrário do que alguns dizem por aí, gera álcool na fermentação, assim como as Saccharomyces. Todavia, nem só álcool gera a levedura. As Brettanomyces geram também ácidos valérico e isovalérico e outros compostos, como álcoois superiores semigraxos que possuem certo cheiro desagradável para alguns e agradável para outros. Basicamente, o queijo azul surge por causa dos ácidos valérico e isovalérico. Esses dois ácidos são associados também ao fedor de chulé. Estão presentes nas raízes de Valeriana, uma planta usada para fazer um chá calmante e anticonvu

Fontes Alternativas de Bactéria: bora tentar?

Introdução geral: bactérias e sua importância: Para a maior parte das cervejas, são uma praga! Para outras, uma dádiva. São elas as protagonistas de hoje: as bactérias! Quem nunca fez uma Weiss que ficou com um biofilme por cima, um cheiro que remete a Iogurte e um sabor azedinho? Felizmente, eu não! Mas já vi acontecer muito isso, principalmente em cervejas pouco lupuladas. As bactérias estão por toda parte e crescem numa velocidade muito maior que as leveduras. A maior parte delas é esmagada por compostos do lúpulo fresco, mas algumas resistem bem a esses compostos, havendo até aquelas que são imunes a eles. As bactérias que nos interessam são de dois tipos: as de fermentação láctica e as de fermentação acética. Vamos abordar cada caso com os principais exemplares. As bactérias de fermentação láctica são as que fazem o primeiro trabalho de decomposição dos alimentos e são as principais responsáveis por azedar coisas em casa, como feijão e arroz amanhecido. São também

Turbid Mash: como fazer?

Introdução geral: Chegou o tão sonhado post que venho prometendo há tempos: o que trata de um processo de mosturação totalmente atípico para quem está habituado a fazer cerveja. Os melhores resultados conseguidos em Wild Beers são seguindo esse método. Talvez por isso tantos caseiros reclamam que suas fermentações espontâneas não dão certo, isto é, o cervejeiro prepara um mosto comum, como qualquer outro, deixa a cerveja ao tempo e espera a fermentação ocorrer naturalmente, sem adição de leveduras. Posso apresentar pelo menos 3 problemas com esse método tradicional. O primeiro deles é que uma Wild Beer produzida por ele não terá tempo para amadurecer, posto que a maioria dos caseiros não tem a paciência necessária para respeitar os tempos de guarda de Wild Beers, que podem facilmente passar de 1 ano. Lambics, por exemplo, podem levar mais de 3 anos para ficarem "no ponto". O segundo problema é a fonte de leveduras e bactérias que o cervejeiro caseiro tem a sua dispos